E a gente tá adorando essa história de trocadilhos com o nome da Virada. Mas o que fez a gente quase ter um ataque ontem na abertura do evento em Rio Preto é algo que se encaixa nessa série aqui:
Raciocinem com a gente. Se você é um prefeito com problemas na administração e, por consequência, não muito querido pelo povo. Vai a um evento com 15 mil pessoas, alguém cita seu nome e uma vaia homérica se faz presente, você:
A) Manda Oscarzinho Pimentel te representar
B) Diz que esqueceu a panela de feijão no fogo e volta pra casa
C) Finge que está no celular e não ouviu
D) Simula um AVC
E) Sobe ao palco e diz um oi para o povo, como se nada estivesse acontecendo
Sim gente, nosso querido Prefeito Valdomiro Lopes escolheu a alternativa "E". Gente, foi uma das maiores vaias que já presenciamos na vida.
Tudo começou quando um homem falava ao microfone sobre o início da Virada. Logo citou o nome do Prefeito e pronto: O Anfiteatro quase veio abaixo. Não foi uma ou duas pessoas não, pelo o que a gente averiguou foi tipo, uns 90% dos presentes e o restante dos mudos se dividiram em caras de riso e espanto com a mão na boca.
Daí o cara começa a berrar no microfone, a vaia se intensifica e técnicos sobem o som do microfone. A platéia vai se acalmando quando o apresentador, em um ímpeto de desafio e falta de amor a vida cita o nome de outro político: Vaz de Lima. O pandemônio se repete. Vaias, berros, crianças chorando. Outra vez o truque de aumentar o som do microfone é utilizado.
Pronto, pensamos, quando nosso nível de vergonha alheia começou a se estabilizar. Agora eles não vão ter a audácia, ou melhor, a falta de amor próprio de subirem nesse palco. Afinal o cara só citou o nome deles. Mas não querido leitores, como bons masoquistas ou Joselitos sem-noção eles sobem ao palco da Virada Cultural e o evento muda de nome. Passa a se chamar: Vaiada Cultural. A vaia do ano!
Sobe o Prefeito com a primeira dama, sobe Vaz de Lima com a esposa, sobe secretário de cultura e sobe o público na arquibancada, chão e carrinhos de pipoca. Quase todos de pé, com as duas mãos simulando um mega-fone na boca e o som da vaia deve ter sido ouvido por nossa amiga lá na Inglaterra.
Gente berrando, gente rodopiando, crianças gritando, pipocas voando, capivaras mergulhando, prefeito falando e absolutamente ninguém, N-I-N-G-U-É-M ouvindo. Nem o truque do microfone resolveu. Foi impossível ouvir o que o Prefeito dizia. Microfone nas mãos de Vaz de Lima e a mesma coisa.
Nossa vergonha alheia começou a atacar. Quase tivemos um troço. Nossa vontade era ir lá ver de perto, var a cara do povo no palco, mas nosso corpo não obedecia. Nos contentamos em simplesmente por a mão na boca e preservar nossa cara de divertido espanto por aproximadamente umas três horas.
Até agora não nos perdoamos por não ter filmado isso. Mas esperamos de todo o coração que uma alma caridosa tenha feito isso e mandará para gente. Afinal, isso faz parte da história da cidade, de sua política e manifestações. E como sabemos que as Tv's daqui vão fazer vista grossa, alguém precisa registrar esse ocorrido para mostrar aos nossos filhos.
Porque algo nos diz, que um vídeo desses é muitos mais importante e útil para a memória de uma cidade, do que um cortejo de ex-prefeito em preto e branco.